Curada pelo espiritismo
Os jornais desta Capital deram notícia de mais uma vítima do Espiritismo.
Foi o caso de ter ido à casa de uma “curandeira” a esposa de um moço muito conhecido da nossa sociedade, o Sr. Canongia e de ter saído dali louca, de não a poder ter o marido senão no Hospício dos Alienados.
Foi, portanto, registrado por toda a imprensa da Capital Federal o fato da loucura da moça e da sua reclusão ao hospício.
O angustiado marido veio a nós e pediu-nos conselho, como médico e espírita.
Reunidos, o Dr. Antônio Luiz Sayão, Dr. Francisco Bittencourt Sampaio, Dr. Pedro Sayão, cirurgião-dentista, Tiago Beviláqua, o negociante Pedro Richard, o guarda-livros José Augusto da Silveira Ramos, o negociante Matos Cid, nós e o médium Frederico Júnior, fizemos a evocação do Espírito perseguidor de Alice, nome da esposa de Canongia.
Veio em fúrias e inconvenientemente, por tal modo, que apenas adiantamos saber que era ou tinha sido português, e que perseguia a moça, por tê-lo desprezado, quando ele tinha por ela uma louca paixão. Perseguia-a e persegui-la-ia por toda a vida.
Na sessão seguinte, oito dias depois, tendo reconhecido que não era mais vivente, como estivera persuadido até ali, esteve mais cordato, ouviu nosso arrazoado, e foi-lhe dado ver o quadro de sua anterior existência ante o qual ficou horrorizado.
— Agora reconheço, exclamou, que ela teve razão de sobra para me repelir.
Reconciliado, pois, retirou-se do nosso meio, e desde aquele dia Alice começou a manifestar melhoras, até que, aos poucos, recobrou a razão; saiu do hospício e voltou à sua casa, onde vive perfeitamente, há seis anos, com o marido e os filhinhos, sem mais sombras de perturbação mental.